O país com um rico ecossistema marinho pretende usar o carbono azul como solução climática natural
Seychelles, arquipélago africano do Oceano Índico, está cada vez mais vulnerável aos impactos negativos das mudanças climáticas. Buscando soluções naturais para a preservação do rico ecossistema marinho, a Fundação James Michel e a Universidade Deakin da Austrália concluíram o mapeamento de oportunidades de captura e armazenamento de carbono pelos ecossistemas marinhos e costeiros, conceito nomeado de carbono azul ou, em inglês, blue carbon.
O mapeamento e estudo foram financiados pelo Blue Grants Fund do fundo Seychelles Conservation & Climate Adaptation Trust (SeyCCAT) e estabelecem diretrizes para a proteção e restauração dos ecossistemas marítimos. O roteiro desenvolvido propõe uma série de ações sociais, científicas, de governança e financeiras que devem ser implementadas nos próximos anos para aumentar as ações voltadas à proteção dos ecossistemas de carbono azul.
O conselheiro científico chefe da Fundação James Michel, Dr. Ameer Ebrahim, afirmou que: “globalmente, até um bilhão de toneladas de dióxido de carbono estão sendo liberados anualmente de ecossistemas de carbono azul degradados, o equivalente a 19% das emissões do desmatamento tropical. Com um terço de todos os ecossistemas de carbono azul já perdidos, interromper e reverter sua degradação é indispensável para a mitigação das mudanças climáticas.”
Seychelles tem um dos ecossistemas marinhos de maior diversidade biológica do planeta, com dois ecossistemas principais para captura de carbono: os leitos de algas marinhas, que ocupam 99% da extensão das áreas de carbono azul, e os manguezais, localizados na sua maior parte no Atol de Aldabra, território considerado patrimônio mundial da Unesco.
Em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) atualizadas, a nação insular comprometeu-se a proteger pelo menos 50% de suas algas marinhas e manguezais até 2025. Isso é visto como uma solução eficaz baseada na natureza para reduzir 26,4% dos gases de efeito estufa (GEE) nacionais, emissões até 2030 e atingir neutralidade de emissões líquidas até 2050.
O roteiro será usado para conectar a comunidade de Seychelles ao conceito de carbono azul, integrá-lo nas estruturas de políticas nacionais e conectar projetos de carbono azul aos mercados de carbono e outros mecanismos de financiamento. O destino paradisíaco está constantemente investindo na proteção da natureza do país e promovendo a sustentabilidade como parte fundamental da cultura e do turismo das ilhas.
Para mais informações sobre o destino, acesse www.seychelles.com/home.