Noruega, por Turista Profissional

Tem países que visitamos e não dá vontade de “voltar” pra lá: dá vontade de “ficar” e morar lá! A Noruega é um desses. O país é tão cheio de qualidades que é até difícil saber por onde começar a escrever…

Uma coisa que nos chamou muito a atenção é que, apesar de toda a modernidade e todos os recursos que tem, ele nos pareceu um país “campestre”. Todo campestre.

Florestas, mato, rios, cachoeiras por todos os cantos e tudo de uma forma absurdamente integrada às construções humanas. Então, esta questão da natureza integrada ao ser humano é bem marcante. Não é raro ver casas com telhado verde, assim como praticamente todos os pontos de ônibus também têm. Quer coisa mais moderna e, ao mesmo tempo, integrada à natureza do que isso?

Telhado verde

Mesmo nas “grandes” cidades – grandes entre aspas, porque nenhuma cidade por ali é realmente grande, comparadas às cidades grandes brasileiras –, a natureza está em todo lugar, seja em montanhas recobertas de florestas, seja em praças recobertas de gramado e de flores, seja em um rio que passa por entre as casas com cachoeiras e águas límpidas.

Natureza no meio da cidade

As construções reforçam este sentimento, pois não se veem grandes e modernos edifícios, mas somente casas ou construções de poucos andares e grande parte de madeira. Passeando pelo interior, de trem, de carro pelas estradas ou de barco pelos fiordes, vemos muitas casas isoladas, pequenas vilas, uma casinha aqui… outra ali… outra acolá… e entre elas centenas de metros ou mesmo quilômetros de distância e muita, muita natureza.

Casas isoladas - 2

Talvez isso também explique o fato de o país ser simplesmente repleto de cachoeiras. E não é exagero: vimos dezenas pelos caminhos que trilhamos. Elas aparecem do nada, nas montanhas, pelas estradas, até mesmo dentro das cidades. Algumas como um simples filete de água, outras como enormes cascatas opulentas. Talvez muitas delas sejam sazonais, decorrentes do degelo da neve que a primavera vinha trazendo. Mas que estão em todos os lugares, estão!

Cachoeira - 3

Foi lá, com certeza, que vimos as mais belas cachoeiras de nossas vidas. Existe uma estrada em especial, em Odda, que forma, com algumas enormes cachoeiras, um conjunto impressionante de rara beleza. Elas descem a montanha por um lado e passam por baixo da estrada, molhando-a toda com seus respingos. Nós nem íamos passar por ali, mas mudamos nosso roteiro de carro, aumentando-o em uns 100 km, só para poder dirigir por ela, após vermos na internet. E valeu à pena!

Cachoeira em Odda

Outra coisa que nos impressionou: os túneis. Sim, sim, é claro que já vimos muitos túneis em nossa vida, mas vocês não têm ideia do que são os túneis da Noruega. Pra começar, são às centenas. O país é todo acidentado, com muitas montanhas, vales e rios. E as estradas cortam essas montanhas, vales e rios de uma maneira surpreendente. Elas não ficam zigue-zagueando de forma tresloucada pelas montanhas; elas “furam” as montanhas. Você entra em um túnel e não sabe o que vai ser, pois eles não têm somente umas dezenas de metros em linha reta: são quilômetros subindo, descendo, fazendo curvas… Nós passamos por vários túneis com mais de 10 km de extensão! Em um deles, imagine, tinha nada menos do que uma rotatória! Você vai dirigindo por dentro dele e, de repente, aparece uma rotatória no meio que te leva para outros dois caminhos. E este mesmo túnel segue por debaixo da água, passando sob um enorme rio, cruza uma ilha e sai lááááá do outro lado. É muita tecnologia de transporte em um lugar só!

Então, como podemos ver, é um país com uma enorme infraestrutura, mas, ao mesmo tempo, superintegrado à natureza. Aliás, natureza é o que não falta naquela terra. Coisa linda. Como os fiordes, acidente geográfico típico de lá, que é formado pelo mar adentrando uma grande extensão por entre as altas montanhas, formando paisagens parecidas com grandes rios, mas de água salgada.

Cachoeira - 2

Nós constatamos isso quando tivemos a oportunidade de fazer o maravilhoso passeio Sognefjord in a Nutshell. O Sognefjord nada mais é do que o maior fiorde da Noruega, de números impressionantes: com mais de 200 km de extensão, chega a alcançar 1.308 metros de profundidade em algumas partes e até 1.000 metros de altura em suas falésias, a partir do nível da água.

O passeio é imperdível. Começa com um passeio de barco de 5 horas e meia – um speed boat bem confortável, com saída em Bergen e chegada em Flam. Lá, pegamos um trem para Myrdal, no passeio que é considerado o passeio de trem mais bonito do mundo, o Flâmsbana. E deve ser mesmo, pois é deslumbrante. As pessoas ficam indo de um lado ao outro do trem para fotografar as paisagens das janelas. De Myrdal voltamos a Bergen em outro trem.

Flâmsbana

Foi em um passeio de barco que pudemos ver e fotografar, lá de baixo, um dos cartões postais mais conhecidos da Noruega: a Pulpit Rock, um enorme paredão rochoso que forma uma plataforma natural que parece ter sido esculpida pelo ser humano para ser o melhor mirante já conhecido. Lá de baixo pudemos fotografas as pessoas à beira do paredão, admirando a paisagem e também o nosso barco.

Pulpit rock - 2

Por fim, não poderia deixar de falar dos vikings… para quem gosta desta parte da História, a Noruega é o paraíso. E nós demos uma sorte danada, pois estávamos exatamente em Haugesund justamente na época em que acontece o Festival Viking. O festival ocorre apenas uma vez por ano durante 4 dias, em junho. E lá fomos nós! Vimos praticamente um acampamento viking “de verdade”, em Karmoy – onde é o berço dos vikings e tem o trono mais antigo – com pessoas vestidas a caráter, comidas típicas, barracas, embarcações e lutas como se estivéssemos na época áurea deste povo.

É bom deixar registrado aqui que nós ficamos maravilhados com o país, mesmo fazendo uma viagem bem light e família, pois estávamos com uma bebê de 7 meses à época, a nossa #TuristaProfBaby. Mas a Noruega é também um país perfeito para quem gosta de turismo de aventura, trilhas, caminhadas, bicicletas e tudo o mais.

Natureza no meio da cidade - 2

Tem muita, muita, muita coisa a explorar e é, com certeza, um dos países de belezas naturais mais estonteantes.
Quem for, não se arrependerá e, como eu disse antes: vai querer morar lá!

Texto e fotos por  Declev e Ana

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