Energia Solar: investimentos noruegueses impulsionam setor no Brasil

Multinacionais da Noruega estão desenvolvendo projetos de energia solar em diversas regiões brasileiras; o anúncio mais recente foi feito pela empresa Nordic Impact Cooperation (NIC), que construirá seis usinas solares fotovoltaicas com capacidade de gerar 18 MW

O complexo Apodi foi a primeira iniciativa em energia solar e está localizado em Quixeré, no Ceará Credit – Ole Jørgen Bratland – Copyright – Equinor – Apodi Solar – 2205449

O Brasil é considerado um parceiro estratégico da Noruega, líder mundial em inovação verde, no movimento rumo a uma economia de baixo carbono. E a energia solar é um dos setores que mais têm atraído investimentos de multinacionais norueguesas instaladas no país. Só no primeiro semestre de 2022, foram iniciados grandes projetos de instalação de usinas solares no Rio Grande do Norte e em Minas Gerais, que vieram se somar a outras já em implantação em outros estados.

“As empresas norueguesas presentes no Brasil veem o país como parte de suas estratégias globais de transição para um portfólio de baixo carbono. Brasil e Noruega têm uma longa tradição e uma colaboração bem-sucedida em todas as áreas do setor de energia, e tenho certeza de que este é mais um capítulo que estamos escrevendo juntos. A Noruega e as empresas norueguesas estão prontas para oferecer expertise em áreas como eletrificação, smart grids e financiamento de energias renováveis”, explica Marianne Fosland, cônsul-geral da Noruega no Rio de Janeiro.

Um exemplo é o projeto anunciado no final de julho pela Nordic Impact Cooperation. A empresa norueguesa, fruto de uma parceria entre Norsk Solar, Finnfund e Norfund, o Fundo de Investimento Norueguês para Países em Desenvolvimento, vai construir seis usinas solares fotovoltaicas no Brasil com capacidade para gerar 18 MW, com um investimento previsto de US$ 21,2 milhões.

Já as multinacionais norueguesas Scatec, Equinor e Hydro Rein se uniram para construir a maior usina de energia solar do Rio Grande do Norte. O projeto de energia solar, batizado de Mendubim, terá cerca de 531 MW de capacidade instalada, o equivalente e ao consumo de 620 mil residências no Brasil, e um investimento estimado de US$ 430 milhões, gerando cerca de 1,2 mil empregos diretos e indiretos no estado durante sua construção. E já garantiu destino certo para sua produção: o empreendimento assinou um contrato de compra e venda de energia para aproximadamente 60% da produção com a Alunorte, uma das maiores produtoras de alumínio do mundo, situada no Pará. Os volumes restantes serão vendidos no mercado livre de energia.

A Hydro Rein também participa de uma joint venture com as empresas Atlas Renewable e Albras para desenvolver, construir e operar um projeto de autoprodução de energia solar no município de Paracatu, em Minas GeraisA usina terá uma capacidade total de 438 megawatts (MW) e investimento estimado em US$ 320 milhões. Batizada de Boa Sorte, começará a ser construída no final de 2022.

E os investimentos não param por aí. A Equinor, por exemplo, assinou um memorando de entendimento com a Porto do Açu Operações para a avaliação em conjunto sobre o desenvolvimento de uma planta solar na área do porto nos próximos 12 meses. A Hydro Rein, por sua vez, anunciou uma joint venture com o fundo de investimento verde Green Investment Group (GIG), da Macquarie Asset Management, para a implantação de um projeto híbrido de geração de energia eólica e solar nos estados de Pernambuco e Piauí, com 586 MW de capacidade. Já a empresa de greentech Otovo investiu na startup brasileira de energia Holu, com o objetivo de tornar instalações de energia solar mais acessíveis para usos residencial e comercial de pequeno porte no Brasil, como mostra o relatório Investimentos Noruegueses no Brasil, lançado pelo Real Consulado Geral da Noruega no Rio de Janeiro.

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